quinta-feira, 29 de março de 2012

A MODO DE COLUNA SOCIAL

A inauguração da exposição Eu Lago sou - Mário Lago, um homem do Século XX foi sucesso absoluto. Publico as primeiras fotos que recebi do fotógrafo AF Rodrigues e uns flashes sobre a noite. Na semana que vem, tem mais fotos.


Segunda-feira, início da noite, é ocasião sempre difícil para eventos, mas a abertura da exposição - que ficará aberta ao público até 24 de maio, de segunda a sexta, de 10 às 18 horas - quebrou a sina e levou mais de 300 pessoas ao Arquivo Nacional, incluindo alguns de nossos amigos de início da infância, em uma gratíssima surpresa. O diretor geral do Arquivo, Jayme Antunes, e Pietra Lago Maia, bisneta de Mário Lago (minha neta, lindíssima, mas cuja foto só chega na próxima semana) descerraram a fita e abriram a mostra.  

A secretária de estado Adriana Rattes, de Cultura, representou o governador Sergio Cabral Filho. O prefeito Eduardo Paes precisou cancelar a presença em cima da hora, por conta das reuniões do Rio +20. A música compareceu em peso: de Nelson Sargento a Frejat, passando por Monarco, Paulão Sete Cordas, Tereza Cristina, Isabella Taviani, Luiza Dionísio, Tânia Machado, Chamon, Agenor de Oliveira, Didu Nogueira, Pedro Paulo Malta, Ernesto Pires. A política juntou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), o vereador Eliomar Coelho (PSOL), representantes de movimentos sociais e diversos ex-presos políticos. A atriz Ioná Magalhães fez um passeio voluntariamente solitário pela exposição, em reverência "ao grande amigo". A Escola de Samba Mancha Verde, de São Paulo, que desfilará com enredo em homenagem a Mário Lago no próximo ano, foi representada pelo Diretor de Carnaval, Paolo Bianchi. 

Tenho certeza de que deixo de fora muita gente, mas os neurônios estão em crise; peço desculpas. Na próxima semana, com mais fotos, ficará mais fácil.

A exposição - absolutamente espetacular - reúne um material riquíssimo (incluindo até o certificado de Primeira Comunhão de papai!), que ocupa dois andares da instituição responsável pela guarda do acervo de Mário Lago. Na inauguração, as atenções foram especialmente atraídas pelo paredão a La Fiorentina (restaurante do Leme frequentado por Mário e Zeli), onde os convidados assinavam e deixavam mensagens, o espaço da Linha do Tempo e o quarto prisional, que provocou forte impacto, especialmente em ex-presos, como a atriz Bete Mendes.

Na saída da mostra, no belíssimo jardim do Arquivo Nacional, uma roda de samba comandada por Tomaz Miranda, cria do bar Bip-Bip e nova geração do bloco Simpatia é Quase Amor, animava a noite com sucessos de Mário Lago. Foi noite de muitas canjas.

Agora, às fotos!

Bete Mendes assina o paredão Fiorentina. Ao fundo, de preto, a coordenadora de produção Mariana Marinho.
 

Sergio Cabral (obviamente, o pai) deixa o recado no concorrido paredão. É dele a apresentação da mostra.

Monarco conversa com o diretor Jayme Antunes (à esquerda) e um amigo



Nelson Sargento nos jardins do Arquivo Nacional

Jandira Feghali  deixa a sua mensagem.

sexta-feira, 23 de março de 2012

E O SALÁRIO Ó ............


Viva Chico Anysio, talentosíssimo ator, comediante, compositor, escritor, artista plástico!  
Em sua multifacetada vida artística, iniciada em 1947, Chico foi também cantor. Estreou em 1960, em compacto gravado pela Todamérica, com as marchas Não sou de nada e Eu sou durão, ambas de Bruno Marnet e Mário Lago. Dez anos depois, gravou outra música de papai: a hilária Caluda, tamborins (ou De como o biltre do demo enredou na sua parlanda a trêfega Natércia).
No link, Chico, papai, Lupe Gigliotti Milton Carneiro, Luiz Delfino e Rogério Cardoso, na Escolinha do Professor Raimundo:

quarta-feira, 21 de março de 2012

BEM-VINDOS À HISTÓRIA DO MESTRE LAGO


Os amigos, companheiros e admiradores de Mário Lago estão convidados a conhecer ou rever um pouco das extensas e movimentadas vida e obra desse militante e artista, na exposição montada no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro (Praça da República, 173). Um dos destaques é uma Linha do Tempo relacionando a rica trajetória do homenageado a fatos da História do século em que viveu.

A mostra reúne alguns achados, como a recém-descoberta letra do jingle Todos às urnas feito por Mário Lago para candidatos do Partido Comunista Brasileiro, provavelmente nas eleições de janeiro de 1947, antes do PCB ser mais uma vez cassado, o que ocorreu em 7 de maio. O documento foi encontrado este ano, no Instituto Astrojildo Pereira, e enviado para a família pelo amigo e jornalista Franklin Martins, companheiro de longas jornadas.

Os visitantes da exposição encontrarão ainda fotos, correspondência, originais de obras, áudios, vídeos, atas com depoimentos prestados em diferentes prisões e os curiosos bilhetes que o artista enviava para a família, entre outros documentos. Dois ambientes foram especialmente recriados: um bar tipicamente carioca (como os da antiga) e um quarto prisional, que guarda as memórias dos cárceres políticos.
A cerimônia de abertura da exposição Eu, Lago sou – Mário Lago, um homem do século XX acontecerá no dia 26 de março, segunda-feira, às 18 horas. No dia seguinte, 27, a mostra será aberta à visitação pública, ficando em cartaz até 24 de maio, sempre de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h. Não percam!
A mostra tem curadoria de Mario Lago Filho, coordenação-geral de Mariana Marinho, coordenação de pesquisa de Pedro Paulo Malta, direção de arte de Beto Herriote e produção da Dona Rosa Produções. O patrocínio é da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Governo do Estado do Rio de Janeiro.


domingo, 18 de março de 2012

Ô, LAURA, QUE É DO TEU SORRISO?


Foi no jogo do Vasco que a notícia veio: um minuto de silêncio pela morte de Jorge Goulart. Que merda!

Jorge foi uma das mais lindas vozes do Brasil. Foi, principalmente, uma figura adorável, de um bom humor e de um sorrisão que nada conseguia abalar. Ao lado da mulher, a grande cantora Nora Ney, foi um dos primeiros artistas a levar a música brasileira mundo afora. Fazia um sucesso danado, com uma garganta privilegiada. Era o Rei do Rádio!

Jorge gravou várias músicas de papai, incluindo Não tenhas pena, morena, única parceria de Mário Lago e o pai, o maestro, violinista e compositor Antonio Lago. Eram amigos e companheiros de luta, como sempre fazia questão de frisar.

O golpe de 1964 cassou o casal - Jorge e Nora estavam entre os demitidos da Rádio Nacional pelo Ato Institucional nº 1. Mas foram em frente, garantidos pelo extraordinário talento. 

Nos anos 80, sofreu um dos maiores baques da vida - a garganta privilegada destruída pelo câncer. Perdeu a voz;  não perdeu a força e o humor. Pouco tempo depois de operado, tagarelava pela prótese na traqueia. Manteve uma agenda de apresentações, usando o playback. Fazia piada com a própria deficiência - o relato de uma conversa sua (voz sussurrante e baixa) com Cauby Peixoto (surdo), no saguão de um aeroporto, era de rolar de rir.
Em 2001, em uma visita a papai, no Hospital Samaritano, ao saber que meu marido era vascaíno como ele, colocou todo mundo pra chorar ao entoar na maior emoção, pelo aparelho, o hino do clube - "vamos todos cantar de coraçao ...".

Nós, os Lago, mandamos daqui um forte abraço para a Lúcia, com quem ele se casou após a morte de Nora. E guardamos nesse pedaço a voz imortal de Jorge Goulart.


quarta-feira, 14 de março de 2012

VAMOS JUNTOS?


Amanhã, quinta-feira, dia 15 de março, às 19 horas, temos compromisso na Livraria da Travessa do Leblon. Nossa querida amiga e companheira Renée de Carvalho lança o livro Um olhar sobre quase um século de História - A biografia de uma guerreira, no qual registra uma história iniciada na França, temperada na luta contra o nazismo e que passa pelo encontro e casamento com o queridíssimo Apolônio de Carvalho, a mudança para o Brasil, a vida e a militância na nova pátria. 

Somos todos convidados a comparecer e, claro, divulgar. Por favor, vê se não falta!

quinta-feira, 8 de março de 2012

DUAS HOMENAGENS

O blog publica duas homenagens de fé, da lavra de Mariozinho Lago!

Pelo 8 de março
Liberdade, quero viver tua paixão
Me vestir com tua roupa
Quero beijar tua boca
Depois pisar o teu chão

Fantasia feminina
Liberdade bailarina
Nos meus sonhos a dançar

Abre os braços, me ilumina
Flor, liberdade, menina
Vem desabrochar

Oh, liberdade
És prazer, és poesia
Sentimento de euforia
És a vida que se quer

És melodia de total felicidade
Liberdade, liberdade
É verdade que és mulher

Pelo 7 de março
Verde que te quero verde... Esperança
Na brancura do branco a paz que se alcança
No compasso marcado
Do coração encarnado e tão cheio de amor
Tudo que brota de mim é paixão tricolor!

terça-feira, 6 de março de 2012

NOME DE MULHER

Zeli, Pietra, Andrea, Graça (eu), Vanda, Elena, Juliana, D. Chiquinha - as melhores mulheres da vida de Mário Lago

O Dia Internacional da Mulher já vem chegando e se impõe como tema do blog por dois motivos: estar sendo feito por uma mulher e ser dedicado a um homem que cantou muitas mulheres.
Sem entrar na intimidade de um cidadão que durante anos foi considerado um emérito mulherengo, a verdade é que Mário Lago cantou o público feminino como poucos. Oito de suas músicas foram batizadas com nome de mulher, havendo musas de todos os feitios e temperamentos.
As menos conhecidas (hoje) são Nancy, Rosinha (Bonita) e Ana Maria. Minhas preferidas são Gilda (“Ela sai e esquece de voltar/ E quando volta/ Não dá confiança de se explicar!”), Valquíria (“tem personalidade/ é mulher de verdade/ está sempre com a razão”) e, por razões sentimentais, Lili (“quando se aborrece, fala!/ se está triste, fala!/ se está alegre, fala!”) – as mais tinhosas.
Mas as que se destacam são mesmo as longevas e popularíssimas Aurora e Amélia. A última, então! Gerou polêmica e, por isso, virou até verbete de dicionário! – no do Antonio Houaiss, consta como sinônimo de “mulher amorosa, passiva e serviçal”; para o Aurélio Buarque é a “mulher que aceita toda sorte de privações e/ou vexames sem reclamar, por amor a seu homem".
Cá por mim, discordo. Acho que o problema da Amélia é o conformismo diante da realidade. Mas ela não tem nada de serviçal.  
Essa discussão parece antiga? Pois está na ordem do dia. Setenta anos depois de ser criada e virar sucesso, Amélia volta a mobilizar opiniões. Abaixo, vocês podem ler duas delas http://sergyovitro.blogspot.com/2012/03/joao-santana-em-nome-de-amelia.html
Aproveito para um rápido agradecimento: alô, Jorge Henrique e Nilton Hernandes, obrigada pelo aviso sobre o artigo do João Santana!

E VIVA O DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES!!!!!!!!!!!!