quinta-feira, 17 de maio de 2012

CURTAS E ESSENCIAIS


Lembrete da maior importância: no próximo dia 24 de maio (quinta-feira), termina a sensacional exposição Eu, Lago sou - Mário Lago, um homem do Século XX, montada no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro (Praça da República, 173 - visitas de 10 às 18hs).


A mostra reúne fotos, correspondências, originais de obras, áudios, vídeos, depoimentos prestados em diferentes prisões e os curiosos bilhetes que o artista enviava para a família. E há achados incríveis, como a recém-descoberta letra do jingle Todos às urnas, feito por papai para candidatos do Partido Comunista Brasileiro provavelmente nas eleições de janeiro de 1947 (antes do PCB ser mais uma vez cassado, o que ocorreu em 7 de maio daquele ano). O documento foi encontrado há poucos meses, no Instituto Astrojildo Pereira, e enviado para a família pelo jornalista Franklin Martins, amigo e companheiro de longas jornadas.

A exposição tem curadoria de Mario Lago Filho, coordenação-geral de Mariana Marinho, coordenação de pesquisa de Pedro Paulo Malta, direção de arte de Beto Herriote e produção da Dona Rosa Produções. O patrocínio é da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Em um dos ambientes de maior impacto, a mostra recria um quarto prisional. É uma homenagem aos milhares de presos políticos, que, em centenas de casos, foram mortos ou desaparecidos sob tortura no Brasil.


Presídio Frei Caneca, 1979. Lago em visita aos presos políticos do Rio, que deflagraram a greve de fome nacional em defesa da Anistia. Na foto, os presos Gilney Vianna (à frente) e, encobertos, Nelson Rodrigues Filho (de camisa de mangas compridas) e Perly Cipriano. Participam também da visita, o jornalista Carlos Alberto de Oliveira, Caó (de terno), e João Carlos Negão, do Sindipetro de Duque de Caxias/RJ (de boné). Foto de Paulo Jabur (fotógrafo e, na ocasião, um dos presos).


A propósito
O blog saúda a Comissão da Verdade, aproveitando-se de duas frases do discurso da presidenta Dilma Roussef:

“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.”

“A força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse tempo chegou.”

2 comentários:

  1. Prezados, quando essa exposição vem a São Paulo? Obrigado

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  2. Caríssimo Matheus, infelizmente, não temos ainda previsão de levar a exposição para outras cidades e estados, como é o nosso desejo. Falta a necessária verba. Mas continuamos tentando. Somos como o Velho; não desistimos. Grande abraço do blog!

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